Cuidado Garotada! - Tech #03

Este artigo de Emily Bazelon traduzido por Celso Paciorni fala sobre as crianças estarem entrando cada vez mais cedo no mundo da internet e sobre o Facebook aceitar crianças somente acima de 13 anos, mas possuir mais de 7 milhões de usuários abaixo dos 12 anos, o que preocupa a justiça, já que é proibido na lei americana que sites recolham informações de crianças abaixo de 12 anos.
Sou uma pessoa que acredita que a evolução tecnológica pode (e deve!) ser usada para o bem, desde que seja feita com consciência e respeitando alguns limites. Crianças abaixo de 12 anos já acessarem a internet, para mim, é um desses limites que não deveriam ser ultrapassado.
Já existem estudos que comprovam que a exposição de crianças muito cedo à tecnologia pode causar problemas de desenvolvimento, psicológico e até problemas de postura. O caso é que não são só crianças de “12 anos” usam esse tipo de ferramenta, mas também  crianças muito mais novas, de 7~8 anos que nem sabem ler e escrever direito e já estão usando redes sociais. Na minha visão isso prejudica o desenvolvimento, pois a criança passa a conviver com a “linguagem” da web muito cedo, e acaba trazendo aquilo para a “vida real”, tendo seu aprendizado prejudicado.
Não sou hipócrita ao ponto de sair por aí dizendo “Proíbam as crianças de 12 anos de mexer no computador! Peguem as tochas!”, porque aliás, eu mesmo comecei a usar o computador há 6 anos atrás, com 11 anos. Mas qual era o uso do computador pra mim? Usava o Orkut, sempre com meus pais passando o olho pra verificar, usava o google para algumas pesquisas de escola, usava o e-mail para receber boletins de alguns sites de charges e piadas, usava alguns programinhas educativos em CD e usava para aprender a fazer montagens de vídeos e fotos com o Photoshop e o MovieMaker.
Mas a diferença de seis anos para cá é que os pais acabam por não tomar conta dos filhos no computador e o tempo que as crianças passam em frente aos dispositivos eletrônicos é muito maior que há 6 anos atrás. Eu utilizava o computador pouco tempo, cerca de uma hora, durante a noite. Durante o dia eu estudava, saía pra brincar na rua, fazia cursinho e à noite fazia karatê.
Hoje em dia se deixar as crianças ficam em casa, na frente do computador o tempo inteiro. Ainda mais nos grandes centros urbanos, onde “sair pra brincar na rua” é uma coisa meio difícil (quase impossível!) de acontecer. É preciso tomar cuidado, para que essa nova geração que está vindo aí seja ajudada (assim como eu acredito ter sido ajudado) pela tecnologia. E não atrapalhada.


Até mais :D